Dois encontros semanais para apreciar óperas de Donizetti, Verdi, Puccini e Boito, difundindo a cultura italiana e criando um espaço para discussão e reflexão sobre o papel dessa arte na história italiana.
Segundo encontro do curso de extensão "Quem tem medo de Ópera?".
Serão dois encontros mensais, até o final do ano, com duração de 1h30min cada, dedicados a compreender, apreciar e discutir algumas encenações realizadas das óperas de quatro grande compositores italianos do século XIX: Rossini, Donizetti, Verdi e Puccini.
Com isso pretendemos criar mais um espaço de difusão da cultura italiana através dessa arte tão representativa daquela nação e estimular a análise da ópera pela perspectiva cênica.
Para maiores detalhes, especialmente do cronograma das óperas e das regras de participação, acesse o blog http://medodeopera.blogspot.com/
SERVIÇO:
O QUE: curso de extensão "Quem tem medo de Ópera?"
ONDE: Sala Hassis, CCE, Bloco B, UFSC
QUANDO: (segundo encontro) 02/05/2016
HORÁRIO: das 18h às 19h30min
ÓPERA: "O barbeiro de Sevilha", de Gioachino Rossini
1. "O barbeiro de Sevilha"/"Il barbiere di Siviglia". Ópera em 2 atos, composição de Rossini. Libreto de Cesare Sterbini, a partir da peça "Le barbier de Séville" (1775), de Beaumarchais. Primeira apresentação: Roma, 20 de fevereiro de 1816.
2. Ópera em 4 atos de Paisiello. Libreto de Giuseppe Petrosellini, a partir da peça "Le barbier de Séville" (1775), de Beaumarchais. Primeira apresentação: São Petersburgo, 26 de setembro de 1782.
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Ópera baseada na peça de mesmo nome, composta em 1775 por Giovanni Paisiello com muito sucesso, em 1796 por Nicolas Isouard. Contudo, a versão de Rossini é a única a perdurar no repertório operático.
"O barbeiro..." é a primeira das peças da "trilogia de Figaro" do dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, as outras duas são "As bodas de Fígaro", transformada em óper por Mozart, em 1786; e "A mãe culpada". O texto de Beaumarchais estreou em Paris, na Comédie-Française, no Palácio das Tulherias.
Rossini era célebre por seu ritmo rápido de composição, e toda a música do Barbiere foi completada em menos 15 dias, 13, precisamente. A estreia foi um fracasso retumbante: a plateia vaiou e gracejou durante todo o espetáculo, e diversos incidentes prejudiciais ocorreram no palco. Muitos acreditaram que o jovem Rossini, então com 26 anos, demonstrava grande arrogância por decidir compor uma ópera sendo que Paisiello já havia logrado sucesso com aquele texto. Partidários de rivais de Rossini, infiltrados na plateia, incitaram muitas destas manifestações.
Por essa razão, o próprio Rossini, mesmo mantendo o texto de Beaumarchais, decidiu renomear a peça para "Almaviva, ou a inútil precaução", iniciativa esta que não perdurou. A segunda performance foi diferente, e com ela veio o sucesso.
FONTE:
CASOY, Sergio. Óperas e outros cantares. São Paulo: Perspectiva, 2006.
Resumo
O conde Almaviva (ten.) ama Rosina (meio-sop. em Rossini; sop. em Paisiello), protegida do dr. Bartolo (baixo), solteirão empedernido que planeja casar-se com ela. Almaviva persuade o barbeiro e factótum da cidade, Fígaro (bar.), a lhe providenciar um encontro; assim, consegue entrar na casa de Bartolo, disfarçado em soldado em busca de um bilhete. Quando essa tentativa falha, ele retorna, disfarçado como substituto de don Basílio (baixo), padre que é professor de música de Rosina e que Almaviva alega estar doente. Quando o don Basílio verdadeiro chega, é subornado para ir embora, e Almaviva faz planos de fuga.
Bartolo por fim desperta os ciúmes de Rosina ao dizer que Almaviva ama outra mulher; Rosina promete esquecê-lo e casar-se com seu guardião. Quando chega a ocasião da fuga, ela reprova Almaviva, a quem conhece apenas como Lindoro, mas ele a convence de sua sinceridade e revela sua verdadeira identidade. Quando Bartolo chega com os soldados para que estes prendam Almaviva, decobre que, poucos momentos antes, Rosina e Almaviva haviam se casado, tendo então de aceitar a situação.
FONTE:
OSBORNE, Charles. Dicionário de Ópera. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1983.
Sinopse
FONTE:
RIDING, Alan; DUNTON-DOWNER, Leslie. Ópera. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2010.
Libreto
Cenas em destaque
Ato I
Introdução
Coro Piano, pianissimo (Fiorello, Conde, Coro)
Cavatina Ecco, ridente in cielo (Conde)
Seguido da introdução (Recitativo) Ehi, Fiorello?... (Conde, Fiorello, Coro)
Cavatina Largo al factotum (Figaro)
Canção Se il mio nome saper voi bramate (Conde)
Dueto All'idea di quel metallo (Figaro, Conde)
Cavatina Una voce poco fa (Rosina)
Ária La calunnia è un venticello (Basilio)
Dueto Dunque io son... tu non m'inganni? (Rosina e Figaro)
Ária A un dottor de la mia sorte (Bartolo)
Final I:
Ehi di casa... buona gente... (Conde, Bartolo)
Signori miei (Figaro)
La Forza! (Todos, Oficiais e coro)
Guarda don Bartolo (Rosina, Conde, Berta, Figaro)
Stretta (Todos, Oficiais, Coro)
Atto II
Duetino Pace e gioia sia con voi (Conde, Bartolo)
Ária Contro un cor che accende amore (Rosina)
Arieta Quando mi sei vicina (Bartolo)
Quinteto Don Basilio!... (Rosina, Conde, Figaro, Bartolo, Basilio)
Ária Il vecchiotto cerca moglie (Berta)
Temporal
Terceto Ah! qual colpo inaspettato (Rosina, Conde, Figaro)
Recitativo strumentato Il Conte!... ah, che mai sento!... (Conde, Bartolo)
Compareça! Não é preciso inscrever-se, esta atividade não exige pré-requisito.
Estamos começando o curso de extensão "Quem tem medo de Ópera?".
Serão dois encontros mensais, até o final do ano, com duração de 1h30min cada, dedicados a compreender, apreciar e discutir algumas encenações realizadas das óperas de quatro grande compositores italianos do século XIX: Rossini, Donizetti, Verdi e Puccini.
Com isso pretendemos criar mais um espaço de difusão da cultura italiana através dessa arte tão representativa daquela nação e estimular a análise da ópera pela perspectiva cênica.
Existem óperas compostas em várias línguas representantes de grandes culturas modernas, como a russa, alemã, francesa, espanhola e até mesmo a brasileira, contudo, poucos gêneros artísticos são tão costumeiramente associados à cultura italiana quanto este. Não é difícil identificar a origem da Commedia dell’Arte, no teatro; de gênios como Michelangelo, Da Vinci, Raffaello, Botticelli, nas artes visuais; de Petrarca, Tasso e Alighieri na poesia ou de Boccaccio, Maquiavel e Castiglione na prosa. Além disso, nomes como Fellini, Zeffirelli e Pasolini figuram na lista dos grandes na sétima arte, o cinema.
Assim como o teatro, as artes visuais, a literatura e o cinema, também a ópera é um importante meio de difusão da cultura italiana, da formação de uma identidade pátria e da consolidação de um idioma, senão comum, mas amplamente reconhecível e estudado mundo a fora. Até a mais famosa das óperas brasileiras é em italiano, Il Guarany, pois que o imperador Dom Pedro II financiara os estudos do compositor Carlos Gomes no conservatório musical de Milão. Logo, a relação entre este gênero artístico e a cultura italiana se dá por mútua colaboração, isto é, a ópera colaborou para fortalecer valores patrióticos tanto quanto daquele país provieram importantes contribuições ao desenvolvimento da ópera: Florença se orgulha de ser o berço da ópera, Roma aperfeiçoou os Coros; Nápoles o "bel canto", ou seja, a arte de cantar, e; Veneza a música instrumental.
Os compositores listados são também italianos conhecidos mundialmente no campo operístico e muito famosos do grande público: Gaetano Donizetti (1797-1848), do apaixonante “una furtiva lagrima”; o brilhante Giuseppe Verdi (1813-1901), do popular “la donna è móbile”; Giacomo Puccini (1858-1924), das reconhecidas “Nessun dorma”; e Boito, do festejado Mefistófeles.
Proporcionalmente aos demais estilos musicais, o amplo desconhecimento de música clássica, em especial da ópera, resulta numa lacuna de estudos acadêmicos desse gênero artístico e em consequente falta de projetos que permitam e estimulem a apreciação de obras dessa arte. Esse projeto justifica-se na desconstrução da noção da ópera como uma arte erudita aos olhos do grande público e conservadora em sua retórica. Pois considera equivocado tais princípios ao identificar esse gênero de arte como originalmente extremamente popular, disseminador de valores não raro progressistas e revolucionários (em especial no século XIX).
Além disso, a ópera é fortemente associada a cultura italiana mundo a fora através dos tempos, propagando sua história, língua, crenças e valores, sendo um grande e potente veículo de difusão social.
Estimular a apreciação e a compreensão da ópera como obra de arte popular e sofisticada, através de composições de Donizetti, Verdi, Puccini e Boito, assumindo-a como instrumento de difusão da cultura italiana; a partir de dois encontros semanais de 3 horas cada, segundas e quartas, em setembro, outubro e novembro de 2017, onde serão lidos e discutidos trechos de cenas e apresentadas as gravações das encenações em foco.
Objetivos Específicos
Popularizar a ópera (difundindo-a e estimulando-a);
Fornecer instrumentos e parâmetros que auxiliem na compreensão de uma ópera;
Difundir a cultura italiana;
Estabelecer um espaço de apreciação desse gênero artístico em âmbito universitário.
Esse projeto de extensão pretende estimular a comunidade acadêmica (ou de fora da academia) a conhecer, apreciar e, assim, perder o medo da ópera. Sua realização justifica-se como ação difusiva da cultura italiana através do gênero artístico profundamente associado àquele país e que muito colaborou para a formação de uma identidade pátria durante e após a reunificação. Para tanto, serão realizados dois encontros mensais, de março a novembro de 2016, para leitura de breve histórico da obra, do compositor, da sinopse, de trechos de cenas escolhidas, apresentação um DVD da encenação da ópera e posterior discussão da obra. As obras escolhidas são: Il barbiere di Siviglia, de Gioachino Rossini; L'elisir d'amore, de Gaetano Donizetti; Nabuco, Il Trovatore, La Traviata, Rigoletto, Otello e Falstaff de Giuseppe Verdi; e Turandot, de Giacomo Puccini. Como resultado, espera-se uma maior inserção da ópera na comunidade local e melhor compreensão da cultura italiana através dessa arte cênica.